terça-feira, 21 de setembro de 2010

FARINHA POUCA....

Deveria me isentar de comentários, pois, calada, já estou rouca e não canto mais na noite, portanto não sou  a voz rouca das ruas....

Mas, que carma é esse?...

Amapá, em cadeia nacional, só quando é tragédia ou cadeia...local...nacional...

Acabo sentindo-me cada vez mais confortável na minha posição apolítica, e, antes que alguém me cutuque, eu sei que isso não existe!

Ninguém fica confortável, é muito ruim ser notícia por desvios dos outros, seja de conduta, de dinheiro, de caráter, de personalidade... (baixou a psicóloga de novo...)

Mas, se há uma luz no fim do túnel, e sempre há, que isto seja um novo começo para todos os candidatos, que na grande maioria dos casos, já  registram suas candidaturas visando os interesses de algum grupo ou partido e, para chegar lá, acabam esquecendo que todo caixa dois é, invariavelmente, fruto de maracutaias...

Meu pensar é de que, por mais honesto que alguém que é pego com a boca na botija se sinta, há sempre aquele joguinho de cintura, a reserva do agradozinho ao eleitor. Passa batido, nem dá pinta de que é feio fazer...
Nem fico mais espantada de ver, o quanto se sente ofendido e injustiçado aquele que carrega a pecha da desonestidade: Desde o mais saltitante ladrão de galinha, defendendo-se na TV ( eu sou trabalhador, eu... eu tô de laranja, eu.... ) até os amigos famosos de traficantes endinheirados. Sem esquecer, é claro, das autoridades legalmente constituídas, seja por eleição ou por decreto de nomeação.
Nisso, do Oiapoque ao Chuí, base ou ponta de pirâmide, todos se parecem.

Acredito que sim, existe honestidade. Há tantos bons exemplos. Mas há também, ao que parece,  um elo tão frágil no ser humano, que provavelmente é reivindicado pela nossa ancestralidade: fazer reserva do alimento para as épocas de caças magras, ou também, empanturrar-se ao máximo para ter reservas de gorduras no inverno, e que pode, nas atuais circunstâncias, traduzir-se na opção pré-histórica, em versão abrasileirada: Farinha pouca, meu pirão primeiro!

Mas nem eu seria tão ingênua, a ponto de achar que essa fome ancestral é o cerne  atual da grande questão:  De que modo  se delineia o caráter de um político corrupto?
Ou ainda: Corrupção dos outros é mais feio que da própria pessoa?
E, só pra não dizer que não tenho pendores para a entender a política: Existe isso de "rouba, mas faz!" ou hoje em dia o negócio é não fazer?
Enquanto isso em Mac Gothan City, o pirão dos mais pobres, dos pacientes oncológicos e dos berçários neo-natais,  a cada dia fica mais ralo....

A pergunta que não quer calar: Quantos pirões poderiam ser engrossados pelo valor de um carro de luxo???
Ou,  por enquanto: Quantos homo-erectus  ainda hão de se locupletar, comprando com as sobras do pirão, o voto dos desavisados que saíram das cavernas, já com o título de eleitor  na mão, procurando alguém que lesse as legendas imaginárias  estampando  num lampejo macunaímico, o grito partido e sem a censura do “politicamente” correto: -Vende-se voto! ( Aceita-se farinha na negociação!)
Eia povo, herói varonil...

Um comentário:

Unknown disse...

Mamae...Um dia aprendo contigo!Parabens!Nao só pela honestidade, mas tbm pelo belissimo texto, muito bem escrito e muito melhor que os divulgados pela imprensa local. Orgulho de ser "tua filha"
SAMARA XAVIER

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