terça-feira, 28 de agosto de 2012

Festa do Divino Espírito Santo de Mazagão Velho

Coroação da Nova Imperatriz



Ao fundo, a derrubada do Mastro do Divino


Novena rezada em Latim, em Mazagão Velho, é assim!

Tia Joaquina, conduzindo as rezas e cantos da Novena

A Pomba Branca, que simboliza o Divino Espírito Santo
A Festa do Divino é uma festa religiosa que surgiu em Portugal no início do século XIV. O "divino" do nome da festa se refere ao Divino Espírito Santo, porque nessa data a Igreja Católica comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, os 12 discípulos de Jesus Cristo.
A devoção ao Espírito Santo se espalhou rapidamente pelo país e chegou ao Brasil através dos jesuítas, no século XVI.
A festa original tinha um "Imperador do Divino" (criança ou adulto escolhido para "presidir" a festa) que tinha poderes de um rei de verdade: durante a festa, podia libertar presos da cadeia!
A procissão do Divino podia percorrer uma região inteira, levando a Bandeira do Divino, que mostra uma pomba branca no centro. Essa procissão podia levar meses. Hoje, costuma-se fazer um trajeto menor, de um ponto a outro de uma cidade.
A Festa do Divino era tão importante, no Brasil do século XIX, que "o título de Imperador do Brasil foi escolhido, em 1822, pelo ministro José Bonifácio de Andrada e Silva, porque o povo estava mais habituado com o nome de Imperador (do Divino) do que com o de Rei" (trecho tirado do Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, 9ª edição, Editora Global, 2000).
Hoje, cada região do Brasil tem um nome para essa festa: Império do Divino, Festa do Espírito Santo, Folia do Divino e outros. A festa é móvel, isto é, não tem um dia certo: 40 dias depois do Domingo da Ressurreição é a "quinta-feira da Ascensão do Senhor"; dez dias depois é o Dia do Divino.
Em geral, primeiro começa-se a rezar, dias antes, novenas e ladainhas. A Folia do Divino percorre então a cidade pedindo donativos. A bandeira do Divino é hasteada. Toda a cidade fica coberta de bandeirinhas e estandartes brancos e vermelhos.
No dia de Pentecostes, o ponto alto da festa, saem em procissão o imperador, a imperatriz e toda a Corte imperial, além de pessoas que representam a Virgem Maria, as qualidades do Espírito Santo e os apóstolos. Várias crianças participam da festa, formando a Roda dos Anjos e carregando o estandarte do Divino. No fim da festa, 24 homens a cavalo lutam como se fossem mouros (ou seja, muçulmanos, que têm uma fé diferente da católica) e cristãos em guerra.
No Brasil, uma das maiores Folias do Divino acontece em Pirenópolis, em Goiás; outras festas famosas são a de Paraty, no Rio de Janeiro, e a de São Luís do Paraitinga, em São Paulo.
Uma música típica dessa festa diz assim:
"Vinde, oh, Espírito Divino
Consolador, descei lá dos Céus
A dar-nos riquezas do Vosso amor.
Descei lá dos Céus
A dar-nos riquezas do Vosso amor."
Aqui no Amapá, temos diversas festas do Divino, inclusive a nossa, em Mazagão Velho que preserva diversas características das manifestações encontradas Brasil afora. 

Um comentário:

Alba Calderaro disse...

Muito bom seu blog querida!!

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