Coroação da Nova Imperatriz |
Ao fundo, a derrubada do Mastro do Divino |
Novena rezada em Latim, em Mazagão Velho, é assim! |
Tia Joaquina, conduzindo as rezas e cantos da Novena |
A Pomba Branca, que simboliza o Divino Espírito Santo |
A Festa
do Divino é uma festa religiosa que surgiu em Portugal no início do século XIV.
O "divino" do nome da festa se refere ao Divino Espírito Santo,
porque nessa data a Igreja Católica comemora a descida do Espírito Santo sobre
os apóstolos, os 12 discípulos de Jesus Cristo.
A devoção
ao Espírito Santo se espalhou rapidamente pelo país e chegou ao Brasil através
dos jesuítas,
no século XVI.
A festa
original tinha um "Imperador do Divino" (criança ou adulto escolhido
para "presidir" a festa) que tinha poderes de um rei de verdade:
durante a festa, podia libertar presos da cadeia!
A
procissão do Divino podia percorrer uma região inteira, levando a Bandeira do
Divino, que mostra uma pomba branca no centro. Essa procissão podia levar
meses. Hoje, costuma-se fazer um trajeto menor, de um ponto a outro de uma
cidade.
A Festa
do Divino era tão importante, no Brasil do século XIX, que "o título de
Imperador do Brasil foi escolhido, em 1822, pelo ministro José Bonifácio de
Andrada e Silva, porque o povo estava mais habituado com o nome de Imperador
(do Divino) do que com o de Rei" (trecho tirado do Dicionário do Folclore
Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, 9ª edição, Editora Global, 2000).
Hoje,
cada região do Brasil tem um nome para essa festa: Império do Divino, Festa do
Espírito Santo, Folia do Divino e outros. A festa é móvel, isto é, não tem um
dia certo: 40 dias depois do Domingo da Ressurreição é a "quinta-feira da
Ascensão do Senhor"; dez dias depois é o Dia do Divino.
Em geral,
primeiro começa-se a rezar, dias antes, novenas e ladainhas. A Folia do Divino percorre
então a cidade pedindo donativos. A bandeira do Divino é hasteada. Toda a
cidade fica coberta de bandeirinhas e estandartes brancos e vermelhos.
No dia de
Pentecostes, o ponto alto da festa, saem em procissão o imperador, a imperatriz
e toda a Corte imperial, além de pessoas que representam a Virgem Maria, as
qualidades do Espírito Santo e os apóstolos. Várias crianças participam da
festa, formando a Roda dos Anjos e carregando o estandarte do Divino. No fim da
festa, 24 homens a cavalo lutam como se fossem mouros (ou seja, muçulmanos, que
têm uma fé diferente da católica) e cristãos em guerra.
No
Brasil, uma das maiores Folias do Divino acontece em Pirenópolis, em Goiás;
outras festas famosas são a de Paraty, no Rio de Janeiro, e a de São Luís do
Paraitinga, em São Paulo.
Uma
música típica dessa festa diz assim:
"Vinde,
oh, Espírito Divino
Consolador, descei lá dos Céus
A dar-nos riquezas do Vosso amor.
Descei lá dos Céus
A dar-nos riquezas do Vosso amor."
Consolador, descei lá dos Céus
A dar-nos riquezas do Vosso amor.
Descei lá dos Céus
A dar-nos riquezas do Vosso amor."
Aqui
no Amapá, temos diversas festas do Divino, inclusive a nossa, em Mazagão Velho
que preserva diversas características das manifestações encontradas Brasil
afora.
Um comentário:
Muito bom seu blog querida!!
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